Quase 10 anos após o lançamento de Madagascar, chega aos cinemas mais um título da franquia: Penguins of Madagascar. Na época, falava-se muito que os pinguins roubavam a cena e, com o passar dos anos, eles ganharam uma série para a televisão e continuaram relativamente relevantes.

Assim, essa produção é uma boa pedida para as crianças em férias, mesmo que elas não tenham ideia da origem dos personagens. Aliás, esse não deixa de ser um filme de origem. Tudo gira em torno da relação entre os protagonistas, puxando fatos da infância de Skipper (Tom McGrath), Kowalski (Chris Miller) e Rico (Conrad Vernon). É mostrado como eles conheceram Private (Christopher Knights) e de que modo acabaram se separaram do bando de pinguins onde nasceram. O vilão, Dave (John Malkovich), também tem relação com a trajetória dos pinguins, mas não vou entregar demais!

Obviamente, isso que não quero revelar é o fiapo de história que segura o filme. Para as coisas ficarem levemente mais complicadas (a ponto de render 92 minutos), foram acrescentados novos personagens, um grupo de espiões profissionais: Classified (Benedict Cumberbatch), Short Fuse (Ken Jeong/Gregório Duvivier), Eva (Annet Mahendru) e Corporal (Peter Stormare). Nenhuma das novidades é particularmente memorável, de modo que os protagonistas não têm rivais reais na disputa pela atenção dos espectadores.

Para crianças pequenas, Penguins of Madagascar deve ser bem eficiente. É simples, colorido e tem muitas piadas físicas. Os maiores ainda poderão se divertir com o texto rápido, as referências aos outros filmes e a dinâmica entre os quatro pinguins. Contudo, os adultos terão que fazer um pouco mais de esforço para embarcar. Quem tem um carinho pela franquia provavelmente terá mais facilidade, mas os demais precisarão entrar no clima.

Vale observar também que, como boa parte das animações dos últimos anos, o filme está disponível em 3D. O efeito é usado de maneira eficiente, mas não é de forma alguma essencial. Quem tiver a companhia de crianças particularmente empolgadas pode se divertir bastante com a reação delas, mas o ingresso mais caro pode ser dispensado sem grandes remorsos.

Ao contrário da maior parte dos filmes da Disney ou da Pixar, em Penguins of Madagascar não existe a menor intenção de envolver o público emocionalmente. Há uma boa dose de fofura (explorada até pelos próprios personagens), mas as piadas são sempre mais importantes. Até as pessoas mais ranzinzas vão rir um pouco com pinguins cruzando faixas de pedestres e coisas assim. Só uma pena que várias boas sequências tenham sido entregues nos trailers – poxa, DreamWorks!

É uma aventura do começo ao fim, com bastante correria e algumas explosões inócuas, devendo agradar tanto a meninos quanto a meninas, de uma faixa razoavelmente ampla de idades, sem muitos problemas. Claro que não deixa de ser um gênero de animação mais bobo, mas é divertido e não pode ser considerado uma perda de tempo. O filme não arrisca, evita se comprometer demais e promete continuações. A propósito, Madagascar 4 está previsto para 2018.